quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Tiremos os nossos da reta


Quem acompanha o mínimo possível do noticiário esportivo sabe muito bem que trabalhar com futebol, gerir um clube, é algo muito, mas muito grandioso, complexo, e acima de tudo, por mais que ajam acertos, as cobranças são eternas. No Brasil, a coisa se complica ainda mais, quando a entidade que gere o futebol, cuida dos campeonatos nacionais e representa os times internacionalmente passa por momentos delicadíssimos, com acusações de corrupção por parte de seus líderes (O ex-presidente José Maria Marin foi preso recentemente), desorganização, e erros na gestão.

Em meio a essa “confusão”, os clubes tentam, quase que sem sucesso, correr por fora e tentar não envolver suas marcas em escândalos e processos que possam manchar suas imagens.

Um exemplo disso é a Primeira Liga, campeonato que inicialmente reuniria times do Sul-Minas e mais dois clubes do Rio de Janeiro, Flamengo e Fluminense, como convidados. Os dois rivais tiveram um ano de 2015 complicado com a federação a qual estão vinculados (FERJ), e acabaram unindo forças para brigar por questões na organização do Carioca. A Sul-Minas-Rio chegou a ser creditada como uma possível revolução e uma alternativa ao Campeonato Brasileiro, proporcionando aos clubes uma nova maneira de se fazer a pré-temporada, atrair sócios e expor ainda mais a marca.

Com a união dos dois mandatários ficou decidido que os clubes iriam jogar o carioca com times alternativos, dando prioridade a Liga que se criara. A federação usou todas as suas artimanhas para que Fla e Flu usassem seus times principais. O Fluminense foi o primeiro a sucumbir, e o Flamengo não resistiu as tratativas da Globo, detentora dos direitos televisivos, exigindo que os dois clubes também tenham o Carioca como competição a ser priorizada.

É aí que está a dificuldade em se gerir um clube e tentar ao mesmo tempo fazer uma revolução no futebol brasileiro. Os clubes, infelizmente, estão aquém de suas federações, da detentora dos direitos televisivos e da própria Confederação que os rege, ficando de mãos atadas, como nesse caso.

Em uma revolução, exige-se sacrifício, de todos os envolvidos e interessados. Por mais triste que seja ver os times sucumbirem a tais “ameaças” é a nossa realidade; os clubes precisam da verba, não só pela situação atual, mas para facilitar e melhorar acordos futuros com os negociantes. Seria admirável ver Flamengo e Fluminense baterem o pé e afirmar que o que foi dito será mantido. Contudo, não dá, pelo menos não por enquanto.

No futebol brasileiro, enquanto houver “Eu” e não “Nós”, nunca nos desprenderemos das fortes garras da CBF. Dependemos de uma entidade comandada por corruptos e incompetentes para reger uma das maiores paixões do país.

Imagem: ESPN.

Nenhum comentário:

Postar um comentário