quinta-feira, 27 de novembro de 2014

CBF e Rede Globo, o veneno do futebol brasileiro!

Me indicaram um bom texto que reflete a realidade do futebol brasileiro, que vem se transformando em algo que não é. Como séculos atrás, copiamos da cultura europeia o uso do terno com gravata no dia a dia, esqueceram que no Rio fazia 40ºC na rua. Hoje a cultura discutida será outra, leiam no texto:



O homem domesticado!

“CBF e Rede Globo, o câncer do futebol”. Com esta frase escrita em uma faixa, cerca de 10 torcedores acenderam sinalizadores neste domingo no jogo Corinthians x Grêmio para protestar contra o preço abusivo dos ingressos e as condições do futebol brasileiro.

Porém, a forma escolhida para fazer este protesto não foi bem aceita por vários torcedores que estavam no local. No mesmo momento em que os sinalizadores foram acesos copos d’água e xingamentos voaram na direção deles. Houve uma pequena confusão e dois deles foram presos, entregues à polícia pela própria torcida.

Há bem pouco tempo atrás, quando as arenas estavam sendo inauguradas, se ouvia muito sobre um tal “novo modelo” de torcer e de torcida. Atualmente não ouvimos mais falar sobre isso, sabe o motivo? Porque já virou realidade. A projeção de marketing ganhou corpo e agora senta nas cadeiras das arenas.

A célebre frase de Malcom X de amar os opressores e odiar os oprimidos com a ajuda da imprensa aterrissou de vez no Parque São Jorge. Nesta empreitada temos a voraz ajuda daqueles que supostamente deveriam organizar o futebol, resumo mais que perfeito nos dizeres da faixa de protesto, ou seja, o motivo de acender sinalizadores nunca foi tão justo.

Aliás, já foi mais justo sim. Quando seu time entra em campo, faz gol, ganha um título. Fumaça, cor, bandeiras, baterias, loucura, choro. Tudo que sempre marcou a maioria das torcidas vem se resumindo a virar um mero consumidor de um produto. Precisa ver a alegria juvenil de meia dúzia quando vê o seu nome impresso numa cadeira de plástico, chega a ser chocante de tão ridículo.

Estes respeitadores da ordem e dos bons costumes proferiram xingamentos ensurdecedores aos que protestavam. Enquanto isso, no decorrer do jogo, silêncios constrangedores destes faladores. Silêncio às vezes quebrado pelo ridículo grito de “bicha” ao goleiro gremista, ou ao “chupa Felipão” no fim do jogo. Xingar de bicha pode, mas acender sinalizador não pode. Entendeu?

Ser cagueta agora é legal sabia? Respeitar leis burras e desnecessárias é a última moda na Arena Corinthians. Sobre esse tipo de gente, os papagaios da mídia, meu avô dizia: quem muito abaixa a cabeça acaba mostrando a bunda.

Em cima deles os burocratas e capitalistas do futebol se criam e quanto a isso é necessário dar os parabéns, vocês conseguiram.

Conseguiram que o STJD seja mais importante para o campeonato dos que os pontos que o seu time ganha.

Conseguiram fazer com que as súmulas dos árbitros sejam mais temidas do que os atacantes adversários.

Conseguiram fazer o lazer de muitos virar o consumo de poucos.
Conseguiram fazer torcedor brigar com torcedor porque quer torcer.

Toda a lei joga algumas pessoas na clandestinidade e esta mesma clandestinidade sempre gera resistência. É ridículo, mas aqui no Brasil acender sinalizador é desobediência civil. Vamos perder um mando de campo por causa disso? Que surjam outros sinalizadores no campo que formos jogar. Em Manaus, Ribeirão Preto, Belém, Mato Grosso, Minas, qualquer um.

Que surjam mais focos de desobediência a leis cretinas, que esgotem as cidades onde vamos jogar. Talvez tenhamos que mandar jogos até na Argentina, mas aí tudo bem, porque lá eles mantêm a tradição das arquibancadas e as nossas organizadas poderiam mostrar todo o seu potencial de novo.

Enquanto os argentinos barbarizam nos seus estádios, no Brasil, na tela da Globo, seu time é representado por um cavalinho de pelúcia e você ainda dá um sorrisinho quando o vê. Parabéns, você foi domesticado.

O texto está publicado em: 
http://destilariadabola.wordpress.com/2014/11/24/homem-domesticado/

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Pinta e borda de azul e branco!


Mais um tapa na cara da sociedade, a mesma tapa que o São Paulo já havia dado na década passada. O Cruzeiro foi campeão pela segunda vez consecutiva do campeonato brasileiro. Cá entre nós, isto não foi sorte. Parabéns Cruzeiro, pelo tetra campeonato.

Parecia VT, o Cruzeiro abriu vantagem no Brasileirão e não voltou mais, campeão de forma antecipada e sem brechas para alguém sonhar com o título. Ainda se deu ao luxo de tropeçar em algumas rodadas, no mesmo período em que perdeu para o ABC em Natal, pela Copa do Brasil (mas passou). O Cruzeiro mostrou uma força quase igual a de 2013, imparável, parecia o Chelsea contra West Ham, Hull City, Aston Villa, etc. Era um verdadeiro líder de campeonato, não perdeu pontos rotineiramente em partida contra times menores, mesmo que fosse fora de casa. Isso é o que faz o campeão: Se impor e não perder pontos em partidas fáceis.

O que os grandes times do Brasil têm como dificuldade comum é a falta de capacidade de assumir o papel de favorito e fazer valer o título. Com todo o respeito aos clubes, mas basta fazer um ranking de receitas e tirar o poder de investimento. Enquanto um Figueirense, Chapecoense, Sport, Vitoria, Bahia, etc... Contam com um baixo investimento e conseguem tirar pontos dos "grandes", Corinthians, Flamengo, São Paulo e Internacional (eterno favorito ao título) que contam com receitas gigantes, não conseguem vencer esses times com tranquilidade.

Até gosto do equilíbrio criado no Brasil, mas estou apenas apontando fatos. Mesmo com a diferença absurda de investimentos, os clubes grandes brigam para não cair todo ano. Isso só pode ter um título: falta de capacidade de seus dirigentes.

O Cruzeiro e o Atlético Mineiro chamaram a atenção da América e, talvez, do mundo nos últimos anos. Agora basta olhar para suas estruturas e entender o motivo disso. Ambos contam com CTs super organizados e com estrutura adequada para o futebol em todas as escalas do profissionalismo. Assim como o SPFC, que por falta de gestão, estava ficando para trás no cenário nacional, porém em 2014 deu sinais de volta ao topo do Brasil, brigou com o Cruzeiro até onde podia, ficará com o vice-campeonato.

Cruzeiro bi campeão e só?

Pra ser ousado, diria que o Cruzeiro não chegará no Top-3 de 2015. Se chegar, será surpresa. Acredito que Goulart e Ribeiro sairão em janeiro para clubes europeus, Lucas Silva deverá tomar o mesmo rumo, além de uma peça ou outra do setor defensivo, por exemplo. Com as saídas, que não aconteceram em 2013, o Cruzeiro deve passar por algo muito comum no Brasil, que é a nosso desmanche de campeões. O Cruzeiro ainda demorou a passar por isso, conseguiu manter o mesmo nível do time de 2013 para 2014, mantendo Ricardo Goulart e Everton Ribeiro, dois símbolos das campanhas de ouro dos mineiros. Se saírem, será difícil encontrar peças capazes de substituir dois grandes nomes.

Marcelo Oliveira, para aplaudir de pé.

O técnico que foi bi finalista da Copa do Brasil com o Coritiba e, consequentemente, demitido do Coxa, conseguiu duas campanhas maravilhosas com o Cruzeiro. Eu pergunto, é sorte? Marcelo demonstrou no Coritiba que tinha capacidade de atuar na elite, a cultura não o deixou em paz e foi perseguido após alguns resultados ruins (alguém precisa dizer que no futebol você ganha, perde ou empata, ainda tem gente pensando que só pode ganhar). Hoje, Marcelo Oliveira deve agradecer, se não fosse isso, não estaria no topo do futebol brasileiro, ao lado de Tite e Muricy Ramalho, pra mim Top-3 do Brasil no momento.