terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Torcida brasileira está mudando e isso é perigoso


Olá amigos, hoje a nossa conversa será sobre o nosso futuro nas arquibancadas. Tenho acompanhado uma exportação de sentimentos futebolísticos jamais vista, talvez eu até faça parte deste grupo e que na minha adolescência, passei pelo que crianças estão passando hoje, conhecem mais times europeus do que os próprios clubes brasileiros.

Quem é assinante Placar, como eu, pode ler uma matéria completa super interessante sobre a torcida juvenil no Brasil. Garotos e garotas que acompanham o futebol, mas que preferem assistir Sneijder do que assistir Everton Ribeiro, desde muito cedo. Quem quiser ler a matéria especial, você encontra na edição 1396 de novembro 2014, vale a pena.

Forte concorrência vai mudando cenário atual do futebol brasileiro, clubes não se importam com mudanças. Basta parar um garoto, que goste de futebol, e perguntar sobre jogadores que ele conhece, a maioria dos jogadores citados serão jogadores que atuam na Europa, até mesmo brasileiros que estão em times menos famosos da Europa, esses garotos dominam o futebol europeu, por outro lado esquecem do Brasil e não sabem nada sobre os principais times do país.

A chegada da internet, a facilidade de assistir partidas de gigantes europeus, enquanto os clássicos brasileiros são deslocados para horários impróprios e não são exibidos em TV aberta, colaboram para que os pequenos não se acostumem com os clubes brasileiros, além de outros fatores como falta de estrutura, alternância de jogadores, crises, etc.

O pior é que não vejo uma partida dos clubes brasileiros em busca da conquista dos pequenos. Se não conseguem manter sócios, quero imaginar como estão fazendo para cuidar da torcida de daqui a 20 anos por exemplo. Crianças estão crescendo sem vínculo com um clube brasileiro e se o vínculo não acontece na idade baixa, fica difícil virar paixão quando se torna adulto.

Quanto menos crianças torcendo para times brasileiro, quanto menos crianças frequentando estádios no Brasil, menos pessoas frequentarão daqui a alguns anos e os filhos gerados também não farão. É um efeito lógico e fácil de imaginar. Estamos vivendo uma crise de arquibancada jamais vista e ninguém está se interessando em reverter esse jogo. Só vejo propaganda "SoFanáticos", que acho uma palhaçada incentivar o sofá de casa, que não tem nada parecido com o concreto do estádio.

Um contato com o ídolo, um programa de sorteio de camisas infantis, uma programa de acesso facilitado para crianças até seus 14 anos ao estádio, já que um pai não pode levar o filho por que não tem condições de pagar dois ingressos caros, teria que dividir em 3 vezes no cartão de crédito, isso é que é o fim do futebol. E nem estou falando dos valores absurdos de camisas do clube, os pais de classe média não podem ficar comprando camisa de 120 reais a 220 reais para seu filho vestir o uniforme do clube.

Talvez eu nem esteja falando coisa com coisa ou isso passa somente em minha cabeça, mas ficarei grato de ler comentários de vocês, se estão vendo essa mesma crise e esse problema com relação a torcida do futuro. Abraço e até a próxima.

3 comentários:

  1. Olá grande Mattson. Essas ideias são bem concretas e bem bacanas pra trazer a criançada para o estádio e conseguir novos torcedores. Os altos valores são grandes empecilhos. As camisas dos times realmente são muito caras, os ingressos também e isso acaba afastando o torcedor aos poucos do time. Ótimo texto!

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    1. Obrigado pela participação Icaro, deve saber que é importante essa interação! Sobre seu comentário: são muitos empecilhos mesmo, fica difícil chegar até a arquibancada com tanta burocracia.

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  2. Boa tarde, Mattson! Estou fazendo um trabalho de faculdade sobre o tema. E estou procurando pesquisas que nos mostrem o interesse maior dos nossos jovens pelo futebol europeu, sera que vc pode em ajudar com isso? Valeu, desde ja!

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