segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Pinta e borda de azul e branco!


Mais um tapa na cara da sociedade, a mesma tapa que o São Paulo já havia dado na década passada. O Cruzeiro foi campeão pela segunda vez consecutiva do campeonato brasileiro. Cá entre nós, isto não foi sorte. Parabéns Cruzeiro, pelo tetra campeonato.

Parecia VT, o Cruzeiro abriu vantagem no Brasileirão e não voltou mais, campeão de forma antecipada e sem brechas para alguém sonhar com o título. Ainda se deu ao luxo de tropeçar em algumas rodadas, no mesmo período em que perdeu para o ABC em Natal, pela Copa do Brasil (mas passou). O Cruzeiro mostrou uma força quase igual a de 2013, imparável, parecia o Chelsea contra West Ham, Hull City, Aston Villa, etc. Era um verdadeiro líder de campeonato, não perdeu pontos rotineiramente em partida contra times menores, mesmo que fosse fora de casa. Isso é o que faz o campeão: Se impor e não perder pontos em partidas fáceis.

O que os grandes times do Brasil têm como dificuldade comum é a falta de capacidade de assumir o papel de favorito e fazer valer o título. Com todo o respeito aos clubes, mas basta fazer um ranking de receitas e tirar o poder de investimento. Enquanto um Figueirense, Chapecoense, Sport, Vitoria, Bahia, etc... Contam com um baixo investimento e conseguem tirar pontos dos "grandes", Corinthians, Flamengo, São Paulo e Internacional (eterno favorito ao título) que contam com receitas gigantes, não conseguem vencer esses times com tranquilidade.

Até gosto do equilíbrio criado no Brasil, mas estou apenas apontando fatos. Mesmo com a diferença absurda de investimentos, os clubes grandes brigam para não cair todo ano. Isso só pode ter um título: falta de capacidade de seus dirigentes.

O Cruzeiro e o Atlético Mineiro chamaram a atenção da América e, talvez, do mundo nos últimos anos. Agora basta olhar para suas estruturas e entender o motivo disso. Ambos contam com CTs super organizados e com estrutura adequada para o futebol em todas as escalas do profissionalismo. Assim como o SPFC, que por falta de gestão, estava ficando para trás no cenário nacional, porém em 2014 deu sinais de volta ao topo do Brasil, brigou com o Cruzeiro até onde podia, ficará com o vice-campeonato.

Cruzeiro bi campeão e só?

Pra ser ousado, diria que o Cruzeiro não chegará no Top-3 de 2015. Se chegar, será surpresa. Acredito que Goulart e Ribeiro sairão em janeiro para clubes europeus, Lucas Silva deverá tomar o mesmo rumo, além de uma peça ou outra do setor defensivo, por exemplo. Com as saídas, que não aconteceram em 2013, o Cruzeiro deve passar por algo muito comum no Brasil, que é a nosso desmanche de campeões. O Cruzeiro ainda demorou a passar por isso, conseguiu manter o mesmo nível do time de 2013 para 2014, mantendo Ricardo Goulart e Everton Ribeiro, dois símbolos das campanhas de ouro dos mineiros. Se saírem, será difícil encontrar peças capazes de substituir dois grandes nomes.

Marcelo Oliveira, para aplaudir de pé.

O técnico que foi bi finalista da Copa do Brasil com o Coritiba e, consequentemente, demitido do Coxa, conseguiu duas campanhas maravilhosas com o Cruzeiro. Eu pergunto, é sorte? Marcelo demonstrou no Coritiba que tinha capacidade de atuar na elite, a cultura não o deixou em paz e foi perseguido após alguns resultados ruins (alguém precisa dizer que no futebol você ganha, perde ou empata, ainda tem gente pensando que só pode ganhar). Hoje, Marcelo Oliveira deve agradecer, se não fosse isso, não estaria no topo do futebol brasileiro, ao lado de Tite e Muricy Ramalho, pra mim Top-3 do Brasil no momento.

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