Naquele 8 de julho de 2014, o dia amanheceu diferente. Nossa Seleção Brasileira entraria em campo com a Alemanha, em busca de uma vaga na final na luta pelo tão sonhado hexa, sonho de consumo de todos nós brasileiros, ainda mais jogando em casa. No jogo anterior, tínhamos perdido nosso craque, Neymar, devido a uma entrada sofrida nas quartas de final com a Colômbia.
O país se comoveu. A hashtag #ForçaNeymar virou febre em nossas redes sociais, e parecíamos que não tínhamos perdido nosso craque, mas sim ganhado um combustível para enfrentar os alemães e vencer a copa acima de tudo e de todos. A confiança parecia ter voltado depois de termos feito nossa melhor partida contra os colombianos.
A confiança de quem vos escreve aumentou. Não minto. Entretanto, cheguei na casa do meu pai, companheiro de batalha, e o dia parecia estranho. Ninguém havia ido para nossa casa naquele dia, exceto eu e ele. A festa, o enorme barulho, a pipoca, o refrigerante, a voz do Galvão Bueno não se via por ali com nossos amigos e familiares. Havia algo de insano.
No próprio hino nacional os jogadores já pareciam estar sobrecarregados emocionalmente. Além de ter perdido Neymar, havia muita pressão em cima dos 23 jogadores. Corrupção, obras inacabadas, superfaturamento, prazos não cumpridos; a Copa no Brasil deixou esse legado, e os protestos surgiram. Lembro-me de alguém daqueles de colarinho branco (alguém da FIFA ou da CBF) já havia dito: "Se vencermos a Copa, iremos pro céu. Se perdermos, iremos pro inferno". Nem o Rocky suportaria tanta pressão desse jeito.
A bola rolou e até começamos bem. Tentando sufocar a Alemanha. Num escanteio saiu o primeiro com Muller. Depois veio Klose, Kroos, Khedira... Inacreditável. A Seleção pentacampeã do mundo tomava incríveis 5 gols em menos de 30 minutos de jogo. O sonho do hexa era enterrado debaixo de 7 palmos (gols se preferir) de terra, naquele gramado do Mineirão.
As ruas perderam o ânimo, os barzinhos estavam vazios, as crianças exalavam tristeza, e eu, sentia uma amargura por dentro. Era sem dúvida o maior vexame de todas as Copas. Acredito ser o maior vexame da história do futebol mundial. Sem escrúpulos.
Diante desse vexame, pensamos logo numa palavra: renovação. "Vamos renovar a Seleção Brasileira!!!". O engraçado que aqui no Brasil é sempre assim. Melhor remediar do que prevenir. Em todas as vertentes.
Hoje completa um ano dessa lástima da nossa Seleção. Pra piorar, não vemos ninguém fazer nada a respeito para apagar essa mancha, e trazer a camisa verde-amarela ao patamar que ela merece. Jogamos uma Copa América mediocremente, com um treinador que gosta de sofrer, escalando 4 zagueiros contra a Venezuela com o resultado praticamente garantido. O coletivo não beira nosso gramado; somos totalmente dependentes de Neymar Jr, que é sim um craque e tanto, mas isso não pode ocorrer nunca numa Seleção: jogar tudo nas costas de um e ele que se vire.
Pensemos como a Alemanha, que vinha bem em 2002 e após perder a Copa para nós brasileiros, investiu pesado nas categorias de base. E deu no que deu. Dos 23 convocados da Alemanha, 22 passaram pelos centros de treinamento criados, com exceção apenas de Miroslav Klose.
Que a CBF aprenda essa lição e que volte a valorizar nosso futebol. Não é simplesmente colocar 22 moleques pra jogar e selecionar os melhores. Necessita-se de organização, infraestrutura, estratégia, disciplina. Montar uma escola de futebol de fato. A mudança não vale só para nosso jeito de jogar. Vale também pela organização dos campeonatos, alterações nas cotas televisivas (a Premier League dá um olé em todas as ligas quanto a isso), e o mais importante: esquecer nosso passado vitorioso e mirar o futuro, afinal, time que é time vive de presente e futuro, o que ficou atrás merece ser lembrado, mas não usado como um escudo em todas as ocasiões.
Temos uma boa geração sim. Cabe a CBF, a comissão técnica e a todos que rodeiam a Seleção aproveitar essa safra de craques em prol do nosso futebol.
Espero que no dia 08/07/2016 as coisas tenham melhorado. Ou pelo menos com indícios, rumores, faíscas de que voltaremos a ser o que éramos.
Saudações do blog Café Esportivo.
Temos uma boa geração sim. Cabe a CBF, a comissão técnica e a todos que rodeiam a Seleção aproveitar essa safra de craques em prol do nosso futebol.
Espero que no dia 08/07/2016 as coisas tenham melhorado. Ou pelo menos com indícios, rumores, faíscas de que voltaremos a ser o que éramos.
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