quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Viagem ao templo do futebol


A história a seguir bem que poderia começar com o famoso “era uma vez” dos contos de fadas e um “e foram felizes para sempre”. De fato, esses contos às vezes relatam coisas tão utópicas (uma velhinha ser comida por um lobo, abrir a barriga do bicho e ela ainda está lá, tricotando e pensando na vida) que acabamos esquecendo que os sonhos são reais, e que eles existem e podem sim ser realizados.

Aquele menino da rua Major Servulo, da Eliza Batista e de vários outros locais tinha um sonho que para ele era algo inalcançável: ver seu time jogar no Maracanã, ver a camisa imponente rubro-negra entrar por aquele gramado e levar várias pessoas ao delírio e a gritar quase que como loucos, empurrando os jogadores para a batalha em questão. 

Naquele dia, acordou cedo, andou nas ruas movimentadas do Rio de Janeiro, mas a cabeça estava apenas em um lugar.

Entardeceu e logo o menino chegou em casa. Comeu rapidamente, tomou seu banho e esperou dar a hora da tão sonhada partida para o jogo. O tempo parecia não andar, como uma tartaruga parece não se locomover numa praia deserta.

Chegou a hora.

A cada passo dado rumo ao estádio, sabia que um dos maiores sonhos de sua vida estava ali, a poucos metros de distância, como uma nota de 100 no meio da rua, só esperando o primeiro felizardo a pegá-la.

Desde a chegada, já sentia a incrível energia do Maracanã. Ao pisar na arquibancada, viu seus ídolos entrarem em campo, gritou junto da torcida, bateu palmas incentivando e emocionou-se diante de todo aquele momento inigualável.

O criador se encontrava com a criatura. Flamengo e aquele flamenguista apaixonado, de mudar de humor e até de dormir mal ante a situação do seu esquadrão.

Os deuses do futebol sentiram todo aquele momento, e perceberam que aquilo não era simplesmente um torcedor que comumente ia ao palco em questão. Mas sim um dos muitos fiéis, dos que vestiam a camisa mesmo na derrota, e que faziam questão de dizer que era rubro negro acima de tudo.

A vitória não veio. Infelizmente. Derrota para o maior rival.

Contudo, para aquele torcedor a maior vitória foi de viver aquele momento, sentir aquela vibração e respirar o ar sagrado do Maracanã. Que desgosto seria se faltasse um Flamengo nesse mundo tão bem feito por mãos cuidadosas...

Este garoto que realizou tal sonho é este que vos escreve, com lágrimas nos olhos.

Sou mulambo. Sou acima de tudo, rubro-negro.

Mas acima de tudo, Sou Flamengo até morrer.

ÍCARO CARVALHO, 22/08/2015. Texto escrito em seu retorno de uma viagem do Rio de Janeiro, viagem a qual teve o prazer de conhecer o Maracanã e ver um Flamengo x Vasco.

domingo, 16 de agosto de 2015

O preço de se voltar ao passado


Tudo na vida tem um preço. Todos sabemos disso. Não falo de coisas palpáveis, mas de bens simbólicos ou de um valor alto perante a sociedade. No futebol não é diferente. 

Nessa linha de pensamento, após um mandato vergonhoso de Roberto Dinamite, Eurico Miranda voltou ao comando do Clube de Regatas Vasco da Gama, para recuperar prestígio, sanar dívidas e colocar o Vasco no patamar o qual ele estava. 

Nos parâmetros do futebol atual, esse tipo de cartola não dá liga (pela prepotência, mandato altamente ditatorial, etc). Até entendo o lado do torcedor: foi com Eurico que o Vasco ganhou Libertadores,  Brasileiro (vale ressaltar que aqui o atual mandatário era vice-presidente, contudo, com alto poder dentro do clube). A sede por títulos fala mais alto, visto em conta que o mais expressivo do Vasco nesses últimos anos foi a Copa do Brasil em 2011.

O próprio cartola cometeu inúmeras fanfarronices, como quase anunciar Ronaldinho e Léo Moura, afirmar que esse time iria brigar pelo título, pedir para a torcida boicotar compra de ingressos contra o Fluminense, que se o Vasco cair ele vai morar na Sibéria...

Atos todos que provocam eternas gozações dos rivais e acabam por ridicularizar ainda mais um time que caiu duas vezes nos últimos 5 anos. E está encaminhando a terceira caso um milagre não ocorra.

E sabe aquele preço? Eis a conta: São míseros, pífios 13 pontos ganhos em 19 rodadas (57 pontos disputados). Goleadas sofridas em casa, atuações ridículas e jogadores que parecem não saber do valor que a cruz de malta tem. 

O respeito voltou. Eurico também. 

Vá para a Sibéria meu caro cartola, é o melhor que você pode fazer pelo Vasco.

Saudações do blog Café Esportivo.

domingo, 9 de agosto de 2015

Não quer ajudar, tudo bem, mas não atrapalhe!


Olá amigos do IDB, venho escrever algumas linhas sobre a dona RGT, conhecem? Não? Pois é, seria assim que a Rede Globo de Televisão se identificaria se utilizasse o padrão das transmissões no ramo esportivo. O Allianz Parque se transforma em Arena Palmeiras, a Red Bull Racing se transforma em RBR, Red Bull Brasil em RB Brasil, Arena Itaipava Fonte Nova se transforma em apenas Fonte Nova, são três exemplos claros da atitude da emissora em omitir os nomes das marcas que pagaram caro em adquirir os "naming rights".

Na imagem de introdução deste post você pode visualizar a edição da equipe dos canais SporTV, alterando o escudo e o nome do clube paulista Red Bull Brasil, retirando o nome da marca no escudo e abreviando o nome do time. Abaixo disso, alterou o nome do Allianz Parque para Arena Palmeiras, como citei na introdução.

Fico decepcionado com este tipo de atitude. Fragiliza todos os projetos que necessitam do apoio dessas empresas, em sua maioria, multinacionais para dar suporte financeiro ao clube e evoluir posteriormente. A RGT costuma adquirir quase todos os campeonatos nacionais, fazendo o mesmo procedimento em qualquer oportunidade.

Agora a própria Itaipava planeja deixar as arenas do Brasil, por não valer a pena a compra dos "namings rights". O Palmeiras mesmo com todo o projeto de marketing para o nome Allianz Parque, com a principal mídia do país agindo contra, tem certa dificuldade de emplacar o nome, mas certamente tendo mais sucesso do que qualquer outro projeto no Brasil.

Infelizmente, muitos clubes (quase a maioria) dependem das cotas de TV e são reféns da RGT, mas fica a indignação dos torcedores e dirigentes desses clubes com a conduta da emissora em não pronunciar as marcas. O lado bom é que outras emissoras vêm ganhando espaço no decorrer dos últimos 3 anos, entrando na briga para adquirir os direitos de Brasileiro, Libertadores, Copa do Brasil, etc.

Espero que tenha sido útil para quem não sabia que isso acontecia, para que fiquemos mais de olho neste tipo de coisa. Fica a dúvida também de como a RGT identificará uma possível mudança de nome no estádio do Corinthians, que já é conhecido por Itaquerão e um estádio novo do Flamengo com uma possível parceria. Talvez os dois clubes forçando uma mudança de conduta, algo aconteça, por enquanto tudo continua do mesmo jeito e os clubes perdem valor para negociar imagens de seus cenários.

Se você souber de mais exemplos deixe nos comentários do post ou da nossa página do Facebook.